O MUSEU DE CÁCERES


O Museu de Cáceres é instalado em dois antigos edificios do Centro Histórico de Cáceres, declarado Património Mundial pela UNESCO. A Casa de las Veletas reúne as Secções de Arqueología e Etnografia, tratando-se de um prédio cujo aspecto actual tem origem nas obras realizadas em 1600 pelo seu proprietário Don Lorenzo de Ulloa y Torres no solar que talvez fosse ocupado pelo desaparecido Alcácer almóada. É desta intervenção que data o belo pátio de planta quadrada formado por oito colunas toscanas; porém, no século XVIII, a Casa é restaurada por Don Jorge de Cáceres e Quiñones, que introduz as gárgulas e os belos remates de cerâmica esmaltada da cobertura para além dos grandes escudos da fachada principal.
A colecção de Belas-Artes pode ser contemplada na Casa de los Caballos, que foi cavalariça e posteriormente residência até ao momento da sua transformação em espaço museológico. Objecto de uma recente reabilitação, abriu-se ao público em 1992.
Embora o primeiro Patronato do Museu se tivesse constituido em 1917, a ideia da sua criação surge em 1899 quando um grupo de estudiosos da História cacerenha começou a recolher objectos de interesse arqueológico e artístico depositando-os no Instituto de Ensino Secundário.  Em 1931 arrendou-se o Palacio de las Veletas para albergar o Museu, que após uma intervenção arquitectónica, foi inaugurado a 12 de Fevereiro de 1933. Depois da posterior aquisição do imóvel, em 1971, executou-se a reabilitação do mesmo e reformou-se a exposição permanente, tarefa que se repetiu em 1976 na Secção de Etnografia. En 1989 o Ministério da Cultura transfere a gestão do Museu para o Governo da Extremadura, conservando a titularidade do edificio e de uma parte do espólio.

 
Foi a colecção arqueológica que deu origem ao próprio Museu, começando a sua formação em finais do século XIX. Distribui-se por cinco salas no rés-do-chão e por mais duas salas na cave.
O desenvolvimento cronológico da exposição arqueológica estende-se desde o Paleolítico Inferior até aos inícios da Idade Média.
O percurso começa no próprio átrio. Este apresenta uma grande escultura de mármore branco que representa um génio andrógino (de carácter benfeitor) proveniente da colónia “Norba Caesarina” que deu origem à actual cidade de Cáceres.
A Sala 1 apresenta diversas indústrias líticas pertencentes ao período Paleolítico provenientes de terraços fluviais da província cacerenha. Mostram-se igualmente objectos da época paleolítica e outros escavados em diversas sepulturas megalíticas.
A Sala 2 permite uma visão global dos elementos mais representativos das Idades do Cobre e do Bronze, a colecção de estelas, assim como objectos da Primeira Idade do Ferro.
Na Sala 3 entra-se inteiramente no mundo dos povoadores pré-romanos. Entre as suas realizações mais representativas encontram-se os verracos (berrões).
As Salas 4 e 5, dedicadas a Roma, ocupam o espaço mais amplo e mostram diferentes aspectos relacionados com o urbanismo, a economia, a religião e o mundo funerário.
A cave da Casa de las Veletas contém as colecções medievais, além de uma colecção de epigrafia romana.
Na Sala 6 são expostos objectos e elementos de arquitectura decorativa pertencentes a espaços funerários e litúrgicos das épocas paleocristã e visigótica.
As Salas 7 e 8 apresentam uma parte representativa da importante colecção de epigrafia romana recolhida por toda a província, com inscrições de três tipos: funerárias, votivas e honoríficas.
A colecção epigráfica do Museu, com quase 150 exemplares, é uma das mais importantes de Espanha e dá-nos uma rica informação sobre aspectos sociais, religiosos, gentilícios, etc.
Neste ponto pode ser visitado o algibe islâmico, datado entre os séculos X e XII, que é no alicerce do antigo alcácer muçulmano.


Instalada no 1º Andar da Casa de las Veletas, a Secção de Etnografia explica diferentes processos e mostra variados objectos que nos informam dos modelos de adaptação cultural na província de Cáceres. A Sala 9 dedica-se à produção de recursos, nomeadamente a agricultura, o cuidado dos gados, caça e pastorícia, com uma interessante mostra de alfaias de lavoura e úteis para o trabalho. Se continuarmos a visita, passaremos à Sala 10, onde podem contemplar-se objectos relacionados com a produção de recursos -a pesca fluvial- e com a sua transformação, por meio da elaboração do azeite, queijo e vinho e do ofício do carpinteiro.


A Sala 11 ilustra o visitante sobre aspectos relativos ao trabalho, por meio de actividades e ofícios como a filigrana, incluindo os componentes principais de uma oficina de ourives proveniente de Ceclavín, assim como as jóias típicas da indumentária festiva cacerenha, e os mecanismos relacionados com a manufactura têxtil, desde um tear tradicional até aos utensílios de cardadores, um torno de fiar ou uma dobadoira. A Sala 12 conserva uma rica colecção de indumentária, desde roupa interior de linho aos trajes de festa ou do quotidiano de Montehermoso, Serradilha, Malpartida de Plasencia, etc.
Continuando a visita, na Sala 13 tem-se acesso à colecção de objectos de uso doméstico, expostos conjuntamente com outras peças de grande tamanho, como sejam o banco e cepo de presos, originário de Guijo de Granadilha, o alambique de Guadalupe ou a carroça de mulas, de Zorita. Nas vitrines pode-se contemplar louça de Talavera, Puente del Arzobispo ou Manises e também cerámica estremenha, para além de objectos trabalhados em corno, osso ou madeira. A Sala 14 é dedicada às crenças e à expressão musical.
 


A Secção de Belas-Artes é formada por duas salas em que se distribuem as diferentes colecções artísticas. Na Sala 15 é exposta a parte mais importante da colecção de Arte Contemporânea, formada a partir da criação do Prémio Cáceres de Pintura e Escultura nos anos setenta e oitenta do século passado, com as aquisições que se realizaram na altura, além de aquelas que a Junta da Estremadura continua a realizar.
Podem contemplar-se peças representativas da Arte Contemporânea espanhola do século XX, com obras de autores pertencentes aos movimentos artísticos mais representativos, como “El Paso”, com Saura, Millares ou Canogar, ou do Grupo Crónica. Junto a elas, produções de figuras chave da nossa arte como Picasso, Miró, Clavé, Genovés, Guinovart, Guerrero, Lucio Muñoz, Barjola e Tàpies. A escultura do século XX é representada por Alberto, Chirino, Palazuelo e Oteiza, entre outros.
Na Sala 17 estão instalados os fundos da Arte medieval e moderna, que compreendem escultura (em madeira, marfim e alabastro), ourivesaria e pintura. A peça fulcral deste espaço é o quadro de Jesus-Cristo  Salvador  de  El Greco,  proveniente do Convento das Agustinas Recoletas do Cristo de la Victoria de Serradilha.
A Sala 16 é dedicada à realização de exposições temporárias.

Horário de visita:
Terça-feira a Sexta-feira: 9,00-15,00 h. e 16,00-20,00 h.
Sábado: 10,00-15,00 h. e 16,00-20,00 h.
Domingo: 10,00-15,00 h.
 
Encerrado às Segundas-feiras e alguns Feriados (consultar)
 


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Museo de Cáceres
Plaza de las Veletas,1
10003,Cáceres
Teléfono:927 01 08 77
museocaceres@juntaex.es